Você já leu algum livro onde em todo diálogo você precisava ler mais de uma vez pra entender quem falou o que? Atrapalha demais a leitura, né?
Então vamos conversar sobre os verbos dicendi hoje (os verbos usados pra introduzir uma fala direta)
Nas dicas para escrever diálogos, quase sempre o coitado do “disse” é considerado o vilão da história: não use ele toda hora, procure sinônimos, varie o texto. E isso faz todo sentido, porque diálogo nenhum precisa de “ele disse / ela disse” toda hora. Mas o bichinho é útil! Ele é um marcador de diálogo que não atrapalha tanto a leitura, é neutro, diferente dos “objetou”, “questionou” e afins
Cuidado também com a redundância: se a fala do personagem já terminou em ?, o leitor já sabe que ele perguntou. Mas você pode usar os verbos dicendi pra descrever *como* o personagem perguntou, por exemplo: um “indignou-se” é bem diferente de um “perguntou baixinho, quase tímido”
Um bom jeito de não precisar ficar usando verbos dicendi toda hora é intercalar o diálogo com ação (veja o exemplo na última imagem do carrossel), mas não é qualquer ação: o foco PRECISA ser no personagem que está falando, não no que está ouvindo, se não seu leitor vai ficar perdidinho
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