Afinal, por quê (e como) você precisa reescrever seu texto?
A primeira versão da história é um rascunho. E não sou eu que estou dizendo: o termo em inglês é literalmente “first draft” (primeiro rascunho) e autores como Stephen King, John Green, Ernest Hemingway, Neil Gaiman e Terry Pratchett vão te dizer que essa primeira versão vai ser ruim e não tem problema, você só precisa terminar ela.
Depois disso, vem a reescrita, também chamada de edição. Mas o que exatamente você precisa fazer nessa etapa?
É a hora de analisar a trama (está tudo amarradinho, ou tem furos? e o arco dos personagens, faz sentido?) e o ritmo da história (corte sem dó cenas e personagens necessários, veja o que precisa de mais explicações).
Você não precisa reescrever tudo, só o que não está funcionando. A fase de reescrita não é única e não dá pra dizer qual é o número mágico de reescritas que seu texto precisa. Algumas histórias dão mais trabalho que outras. O importante aqui é encontrar o equilíbrio entre reescrever quantas vezes forem necessárias para que sua história esteja polida, redondinha, 10/10, mas sem ficar preso num loop de ficar reescrevendo pra sempre.
É entre essas fases de reescrita que é bom ter leitores-beta, pessoas que vão “testar” sua história e podem ajudar a apontar o que está confuso, o que não funciona, o que pode ser melhorado.
Com relação à linguagem, é bom revisar os usos da voz passiva (que é menos impactante e pode ficar confusa), além de tomar cuidado com verbos que “filtram” a ação, como “fulano pensou/achou/sentiu/ouviu…” É mais eficaz e imersivo para o seu leitor usar o fato em si, por exemplo: “A chuva fazia barulho contra a janela”, ao invés de “Fulano ouviu a chuva fazendo barulho…”
Já na revisão, que é a última etapa, é que você (ou o seu revisor) precisa corrigir erros de gramática, de pontuação, redundâncias, padronização da narração (tempo verbal, pessoa gramatical) etc.
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