Ambas as opções têm vantagens diferentes, por isso escolher entre elas depende da história que você quer contar e como você quer contá-la; não há um certo e errado. E não depende do gênero literário: Harry Potter é em 3a, Percy Jackson é em 1a, e ambos são fantasias contemporâneas.
A narração em primeira pessoa é feita por um narrador personagem, que não necessariamente é o protagonista. Ela permite criar uma conexão maior, já que vai explorar mais tudo que ele está pensando, e, geralmente, também pode ser mais “informal” do que uma narração em 3a pessoa: é o personagem narrando, se ele é sarcástico ou gosta de fazer piadas, isso vai fazer parte da forma como ele conta a história. Outra vantagem é que o leitor só vai saber o mesmo que o personagem, o que permite criar surpresas na trama. Por exemplo, Sherlock Holmes é narrado pelo Dr. Watson, permitindo que a história tenha um tom mais pessoal, mas mantendo uma aura de mistério em torno do excêntrico detetive. O narrador também pode não ser confiável: quem está te contando aquela história, manipula os fatos para te convencer de alguma coisa (como em Garota Exemplar)
Já a narração em 3a pessoa pode ser feita de duas formas: com visão limitada, acompanhando apenas o que sabe um certo grupo de personagens, ou omnisciente, um narrador que sabe tudo que acontece naquele universo. A principal vantagem aqui é explorar o que diversos personagens estão fazendo ou pensando, você não fica preso só no ponto de vista de quem está narrando. Além disso, o narrador pode saber coisas que o personagem não, criando a tensão do leitor saber o que está por vir enquanto o protagonista não sabe, por exemplo. Também é a forma de narração que permite criar universos mais elaborados: descrições dos lugares, de criaturas mágicas, de diferentes reinos… Não é à toa que Senhor dos Anéis e Game of Thrones são narrados em 3a pessoa.
E ainda tem a rota Desventuras em Série, onde o narrador descreve a história em 3a pessoa de forma omnisciente, mas ocasionalmente relata cenas em 1a pessoa e você vai descobrindo que ele também é um personagem da história. Regras? Não há regras.
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