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Analisando conselhos clichês sobre escrita: “Mostre, não conte”

Outro bom conselho que pode dar errado se for levado a sério demais.

Primeiro, o que quer dizer “mostre, não conte” quando você está… contando uma história? A ideia aqui é descrever de uma forma que o seu leitor possa se sentir imerso na história, se conecte mais com ela. Falar, por exemplo, que um personagem é muito malvado pode não gerar a reação esperada no seu leitor. Mas mostrar ocasiões onde ele age de forma cruel vão fazer o leitor acreditar que ele é mau.

O leitor quer ter a experiência de descobrir o que acontece na história, de estar envolvido no que você está contando, de formar a própria opinião. É isso que vai criar uma conexão com a história e com os personagens.

Mas como fazer isso? A primeira dica é evitar palavras sensoriais, como “ouvir” ou “sentir”. Exemplo: não conte que fulano ouviu barulho de chuva; mostre a chuva batendo na janela. Não diga que fulano “sentia sono”, mostre ele apoiando a cabeça no cotovelo e mal conseguindo ficar de olhos abertos. Seja específico e pense em exemplos que demonstram o ponto que você quer contar.

Agora, a parte que eu não gosto desse conselho é: tem coisas que você precisa mesmo só contar em vez de mostrar.

Se você descrever tudo nos mínimos detalhes, a história vai ficar longa e chata e quem tem paciência de toda hora ler sobre como “a luz da lua refletia em um pedaço de vidro quebrado” e afins? A maioria dos exemplos que eu vejo de “show, don’t tell” transformam uma frase em um parágrafo gigante – e às vezes precisa mesmo ser só uma frase. Se todos aqueles detalhes não são necessários, pode contar rapidinho e pronto acabou. A ideia é aproximar o leitor da cena, não deixar ele entediado mostrando tooodos os mínimos detalhes. É tudo uma questão de equilíbrio.

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